Espalhando letras - a origem
Gavetas cheias. Cadernos – pequenos, grandes, em espiral. Agendas, guardanapos. Amarelados, amassados, lambuzados. Marcas de batom, de chocolate. Papel rosa, azul, de seda e, até de embrulho. Folhas emboladas se atravancam; se empurram. Palavras disputam espaço com o logo do restaurante e do bar. Enchem qualquer brecha. Passeiam livres por todos os lados, em qualquer direção. Linha, pra quê te quero? Algumas, com direito a desenho. À la Picasso. Qualquer pedaço de papel serve, em algum tempo, para guardar uma emoção, um momento. Abrindo gavetas ouço o grito de liberdade das letras, das histórias. Textos querem sair, ser trabalhados e lidos. As ideias precisam germinar para não morrer. Guardar por quê? Para quê? A internet me dá a coragem: gavetas abertas. Seleção, retoques, para depois atirar ao vento, espalhar para o mundo. ― Primeiro eu! Sou mais antiga. ― Ah, mas sou a mais interessante... ― Sou mais fr...