Espalhando letras - a origem


 

Gavetas cheias.
Cadernos – pequenos, grandes, em espiral. 
Agendas, guardanapos. Amarelados, amassados, lambuzados. Marcas de batom, de chocolate. Papel rosa, azul, de seda e, até de embrulho. Folhas emboladas se atravancam; se empurram.

Palavras disputam espaço com o logo do restaurante e do bar. Enchem qualquer brecha. Passeiam livres por todos os lados, em qualquer direção. Linha, pra quê te quero? Algumas, com direito a desenho. À la Picasso. Qualquer pedaço de papel serve, em algum tempo, para guardar uma emoção, um momento.

Abrindo gavetas ouço o grito de liberdade das letras, das histórias.

Textos querem sair, ser trabalhados e lidos. As ideias precisam germinar para não morrer. Guardar por quê? Para quê?
 
A internet me dá a coragem: gavetas abertas.
 
Seleção, retoques, para depois atirar ao vento, espalhar para o mundo.
― Primeiro eu! Sou mais antiga.  ― Ah, mas sou a mais interessante...
― Sou mais fresca, moderna, atual. ― Negativo! Em mim estão as lágrimas: mais emoção. Primeiro eu!

Calma, tem para todas. Tanto tempo fechadas, tão impacientes!

E assim, comecei a espalhar letras.

 
 

POA – 7 nov. 2012

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