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Mostrando postagens de 2013

Planos para o Ano Novo

Como acontece nas vésperas de Ano Novo, os planos para o novo ciclo começam a ser pensados. É incrível como a gente acaba adotando esta época como o fim de uma etapa e inicio de outra melhor. Sempre melhor, é claro! Se o ano que passou foi um ano bom, rezamos para que continue no mesmo ritmo, sempre pra frente. Se mexer muito, pode estragar. Que nem bolo de vovó: não bater no fogão depois da massa ir ao forno, senão embatuma! Se o ano foi ruim, acreditamos que ao alvorecer do dia primeiro de janeiro, os eixos irão se ajeitar, que tudo voltará ao normal, ou melhor ainda, que tudo vai se resolver. É um sonho, uma fantasia? Talvez. A verdade é o desejo de felicidade, saúde, sucesso. Quem não deseja isto “forever”? Nas palavras que acompanham cada abraço, encontramos com frequência o “tudo de bom”. É um desejo natural, inerente ao ser humano reles mortal. Viva ele ao Norte, Sul, no Oriente ou Ocidente. Ásia, Europa, Américas e África. Mesmo nos mais descrentes e at...
Certidão de Óbito               Certifico que, em data de 30 de abril de 2012, no Livro n° SS3 às fls. tantas foi lavrado, neste assentamento hoje crônico, o Registro de Óbito da  Ética (vulgo Caráter). Desaparecida, já faz algum tempo, neste país denominado Brasil, em hora desconhecida.             De todos os sexos, a saber, masculino, feminino e GLS; de todas as cores, inclusive as do arco-íris e como profissão atividades do cotidiano. Natural do seio familiar, domiciliada e residente em todo o território nacional, a saber, nômade. Idade: 512 anos. Estado civil: multigâmico.   Filha de Portugal e Espanha, residentes e domiciliados na Velha Europa, com o apadrinhamento de inúmeras nações que sangravam as terras do Novo Mundo.             O presente óbito atestado pela Dra. Indignação...

Paixão

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Paixão, sangue, espinhos. Dor, lágrima, chão, terra. Passos trôpegos; pano arrastando na pedra. Olhar perdido no azul; garganta seca de voz.   Ombros tensos de indignação. Humilhação? Paixão, Amor.   Na praia os passos foram apagados; No ar, as palavras voaram; a terra seu sangue sugou. Agora é espera. Espera da luz, do perdão, do arrependimento.   Como Êle, todos têm seu calvário. Dor, lágrimas e paixão. O importante é renascer. Sempre. A cada minuto, a cada jornada. Até o grande banquete quando enfim o Pai afastar este cálice!        29/março/2013

Espalhando letras - a origem

  Gavetas cheias. Cadernos – pequenos, grandes, em espiral.  Agendas, guardanapos. Amarelados, amassados, lambuzados. Marcas de batom, de chocolate. Papel rosa, azul, de seda e, até de embrulho. Folhas emboladas se atravancam; se empurram. Palavras disputam espaço com o logo do restaurante e do bar. Enchem qualquer brecha. Passeiam livres por todos os lados, em qualquer direção. Linha, pra quê te quero? Algumas, com direito a desenho. À la Picasso. Qualquer pedaço de papel serve, em algum tempo, para guardar uma emoção, um momento. Abrindo gavetas ouço o grito de liberdade das letras, das histórias. Textos querem sair, ser trabalhados e lidos. As ideias precisam germinar para não morrer. Guardar por quê? Para quê?   A internet me dá a coragem: gavetas abertas.   Seleção, retoques, para depois atirar ao vento, espalhar para o mundo. ― Primeiro eu! Sou mais antiga.    ― Ah, mas sou a mais interessante... ― Sou mais fr...