Planos para o Ano Novo




Como acontece nas vésperas de Ano Novo, os planos para o novo ciclo começam a ser pensados. É incrível como a gente acaba adotando esta época como o fim de uma etapa e inicio de outra melhor. Sempre melhor, é claro!

Se o ano que passou foi um ano bom, rezamos para que continue no mesmo ritmo, sempre pra frente. Se mexer muito, pode estragar. Que nem bolo de vovó: não bater no fogão depois da massa ir ao forno, senão embatuma!

Se o ano foi ruim, acreditamos que ao alvorecer do dia primeiro de janeiro, os eixos irão se ajeitar, que tudo voltará ao normal, ou melhor ainda, que tudo vai se resolver.

É um sonho, uma fantasia? Talvez. A verdade é o desejo de felicidade, saúde, sucesso. Quem não deseja isto “forever”?

Nas palavras que acompanham cada abraço, encontramos com frequência o “tudo de bom”. É um desejo natural, inerente ao ser humano reles mortal. Viva ele ao Norte, Sul, no Oriente ou Ocidente. Ásia, Europa, Américas e África. Mesmo nos mais descrentes e ateus sentimos que as defesas são relaxadas, e acabam sendo consumidos pela mídia que determina o fim dos problemas e o princípio da mudança.

O espírito de transformação já começa no período de Natal. Palavras como renascimento, advento e esperança, nos condicionam para que estejamos preparados para a grande virada. Mas, e a virada acontece? O que mudamos ao mudar o ano?

Será que nossos planos ficarão somente no papel, na espera que algo aconteça (ganhar na loteria, encontrar o amor de nossas vidas, conseguir a vaga tão sonhada?), ou realmente trabalhamos para que a roda da vida ande a nosso favor?

Será que nos empenhamos nos relacionamentos que têm sido desleixados nos últimos meses; será que olhamos para os que trabalham para nós, aqueles que “nos fazem sentir felizes”, limpos, preparam nossa comida, limpam nossa casa, cuidam de nossos filhos? Será que procuramos ajuda, ou somos tão orgulhosos que contamos com que o maná caia dos céus e nunca de alguém ao nosso lado? Será que não estamos, ao invés de nos olharmos no espelho a cada manhã, não estaremos nos olhando com lentes de aumento, nos vendo muito maiores do que somos?

É na verdade um período de passagem. Passagem do ontem para o amanhã; do que foi para o que será. E nós é que faremos este “será”. Mas como? Cada um tem que buscar a sua resposta. A tentativa é para lá de válida.

Eu, particularmente, vou privilegiar o silêncio. A voz do silêncio é a que clama mais alto e que traz soluções de fato. É a voz da sabedoria. O passar dos anos, e os inúmeros Anos Novos que passei me ensinaram esta lição.
Planos para o Ano Novo? Ouvir!                                                                                                                                                                                                                            30/12/2013  

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