2.012 - SERÁ O FIM???
Entardecer no Refúgio do Villagio - Gramado |
A Terra gira, a Lua
encanta, e o Sol, ah! o Sol,
aquece nossas vidas e
nossos corações ―
mesmo durante as
quadraturas com Vênus.
Até um novo amanhecer.
A cada
novo ano que se aproxima, estantes ficam repletas de revistas com previsões
astrológicas indicando os novos rumos da humanidade. Com 2012 não foi diferente.
Ou melhor, foi, na medida em que chegou com o anúncio do fim do mundo.
Estudiosos,
experts na leitura das estrelas, e conhecedores
dos mistérios guardados nos anéis, descrevem o calendário Maia, entre outras
fontes, como o grande responsável por este prognóstico. O dito calendário
termina em 21.12.2012. Depois, dizem, será o caos.
O que
pensar, diante da perspectiva de que tudo o que ora vivemos, vai acabar daqui a
poucos meses? Logo no momento que estou iniciando a jornada nas letras; quando
consegui coragem de sair da gaveta; quando, finalmente, me lanço do Ponto de Partilha para saciar minha Santa Sede?
Quem não
lembra a passagem para o século vinte e um? Os antigos, como minha avó, já diziam:
Due mille e non piú due mille, se referindo ao fato de que, depois do ano 2000,
não haveria mais nada. Os escritos de Nostradamus decodificados, decifrados, trazidos
a público pela mídia, narravam tais profecias. Uma panaceia foi arquitetada para
enfrentar o desastre. Finalmente o tão temido Apocalipse! – anunciavam os mais
trágicos.
Nós,
entre descrentes e precavidos, reunimos a família em torno da mesa do
réveillon, saboreando um porquinho à pururuca – divino! – regado a vinho e
espumante. Se o mundo fosse acabar, pelo menos estaríamos unidos, de barriga
cheia, ébrios o suficiente para aproveitar a festa de despedida.
Meia-noite.
Hora fatal. Todos abraçados, agora, na Beira-Mar de Florianópolis. Show de
fogos: quinze minutos de beleza e deslumbramento. Seria assim o fim do mundo?
Tão lindo?
Os fogos
cessaram e nós, ainda abraçados, ficamos esperando. Olhávamos uns para os
outros, esperando. Abraçados, esperando. Nada. O mundo não acabou! Voltamos
para casa, felizes. Continuamos a festa brindando ao novo século e à vida. Na
Terra.
Agora,
novamente o fantasma, The End, ronda sobre
nós. Anunciadas enchentes, catástrofes climáticas, abalos sísmicos. Isto nunca
foi privilégio da modernidade, a História nos comprova. Aqui e acolá, sempre vimos
o fim chegar. Para muitos o mundo acabou mesmo: se acabaram de tanto sambar, na
bebida ou nas drogas. Ou, ainda, se desmancharam chorando a perda de um amor. Não
há mundo que resista a estes abalos...
Enfim
2012, esperamos que as previsões dos Maias, de Fátima e outras tantas, que
preveem erupção solar, passagem para a 5ª dimensão, não passem de falsos
rumores, de palpites furados. Além do mais, minha agenda de 2013 está toda ocupada,
e não sou de faltar compromisso.
Comentários
Postar um comentário