A Viagem
A viagem
(1988)
Praia calma, águas
mansas. Tudo pronto para o embarque: - Passageiros a bordo!
Jangada, lancha ou barco; a penumbra não deixa clara a visão. Seja o que for,
vai fazer o transporte destes corpos que se acomodam, confortavelmente, para a
travessia.
A embarcação se desloca
suavemente. Nem se percebe seu movimento. As águas mansas acariciam a madeira do casco. Um leve tremor começa a ser notado. Sem pânico.
Ventos sopram, quentes,
instigando a todos: calor. Gradativamente,
vento e água iniciam um movimento, dançam juntos, agitando, ritmados a embarcação.
Entre gritos e gemidos de “perigo à vista”, o barco se desloca, agora
convulsivamente. Embalado pelas águas revoltas e pelo vento, percorre
seu trajeto. Carrega nas espumas, obstáculos, destroços e redes, porém ao chegar ao seu destino – o prazer
de chegar.
E lá, porto seguro, admirados, os passageiros contemplam a façanha. A força das
águas os arrastara, mas não fora suficiente para destruí-los.
Depois do relax, a conclusão: é preciso providenciar
urgentemente uma âncora para navegar em águas tão revoltas!
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